Horta do Centro de Convivência Teonízia Lobo, coordenado pela Seas, fortalece vínculos com a comunidade

Texto:Tânia Brandão/Fotos: Miguel Almeida e Kerolyn Leigue

A horta comunitária do Centro Estadual de Convivência da Família (CECF) Teonízia Lobo, localizado no Mutirão, zona norte de Manaus, coordenado pela Secretaria de Estado da Assistência Social (Seas), além de reforçar os vínculos comunitários e possibilitar uma economia no orçamento doméstico, está modificando a relação dos moradores do bairro com o meio ambiente. Instalada há pouco mais de um ano, a horta é fruto da parceria entre a Seas e o Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam), que promoveu o curso de Jardinagem. O resultado foi tão positivo que os alunos do curso, que participam das atividades do centro e a comunidade se envolveram nos serviços de manutenção da horta.

Tudo começou quando a diretora do CECF Teonízia Lobo, Anália Mota, percebeu que uma área localizada na lateral da unidade, próxima à quadra de futebol, podia ser melhor aproveitada numa ação coletiva. Daí, nasceu o curso de jardinagem que contou com a participação de 25 alunos e que resultou na criação do espaço verde.

Preparando o terreno – Dividido em três fases, o curso permitiu aos participantes conhecimentos sobre técnicas de plantio, adubação de solo e manejo da terra, o que resultou na horta comunitária que oferece couve, quiabo, tomate, macaxeira, melancia, maracujá e uma infinidade de plantas medicinais, comestíveis e hortaliças folhosas que podem ser usadas como tempero.

Anália Mota explica que o interesse pelo sucesso da horta ultrapassou o espaço da unidade, chegando aos moradores do Mutirão, que fazem questão de podar, plantar e fazer o replantio de mudas. “Nós estamos muito felizes com o resultado porque mesmo em tempo de pandemia, eles não deixaram de vir aqui para molhar, podar, colher a produção e também levaram essa experiência para suas casas. Estão usando isso como terapia e nos comunicando sobre os resultados. Isso é muito prazeroso para nós”, ressalta a diretora do CECF.

 

Terapia – A microempreendedora Francisca Ilza, uma das participantes do curso, mostra com orgulho os frutos do seu trabalho na horta. Ela já atuava com a venda de plantas, mas explica que fazer o curso representou sair do senso comum para o conhecimento científico. Mas, além da viabilidade econômica, a experiência tem sido terapêutica porque ao lidar com a terra, a pessoa precisa acompanhar o processo da vida, valorizando a importância do tempo, das condições ambientais e a alegria de ver os frutos nascendo, o que fortalece a ligação com a natureza. “Olhar para um canteiro desse, para uma horta dessa e ver tudo frondoso, viçoso, dando certo, é muito bom. Isso aqui não é meu, é do Centro de Convivência, mas eu me sinto inserida nesse contexto”, acentua.

Sucesso – Além de assegurar uma alimentação saudável e contribuir para a promoção da segurança alimentar, a horta está contribuindo para que a comunidade do Mutirão passe a ver o Centro de Convivência da Família Teonízia Lobo de uma outra forma. A diretora Anália aponta que  preconceitos estão sendo desfeitos, uma vez que a comunidade tinha uma visão estreita da política de assistência social do centro, achando por exemplo, que apenas dependentes químicos eram o público alvo dessas iniciativas. “Uma das alternativas para mudarmos essa visão foi criar essa horta. E aí nós oferecemos o curso em parceria com o Cetam e a Fundação de Alto Rendimento também abraçou a ideia com seus alunos. Foi uma forma de dar uma nova cara ao nosso trabalho para a comunidade”, pontuou.

 

Investimento – O CECF Teonízia Lobo faz parte das sete unidades de atendimento à população em situação de vulnerabilidade mantidas pelo Governo do Amazonas em Manaus. Esses equipamentos socioassistenciais oferecem serviços de promoção e proteção social com o objetivo de prevenir situações de vulnerabilidade e riscos com a realização de atividades de convivência em grupos para fortalecer vínculos familiares e sociais. Nas atividades realizadas no Teonízia Lobo, a Seas conta com a parceria do Cetam e da Fundação Amazonas de Alto Rendimento (antiga Sejel).