Refugiados venezuelanos recebem serviços de saúde, cadastro para emprego e restabelecimento do contato familiar
Três tipos de serviços foram oferecidos nesta quarta-feira (11/03) aos refugiados venezuelanos, que se encontram no abrigo do Coroado, na zona leste de Manaus, sob a coordenação da Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas). As ações realizadas foram: cadastramento para emprego, por meio do Sine Amazonas; exame preventivo do colo uterino e implantação do projeto “Restabelecimento de Laços Familiares”, realizado pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha. Com capacidade para atender 200 pessoas, o centro abriga hoje 197 venezuelanos, entre crianças (70), adolescentes (12) e o restante é formado por adultos (homens e mulheres).
Cerca de 15 mulheres participaram da coleta do preventivo, também conhecido como Papanicolau, realizado por uma médica da Unidade Básica de Saúde Ivone Lima, vinculada à Secretaria Municipal de Saúde. A venezuelana Elisa Caicedo, 30 anos, casada, mãe de quatro filhos, agradeceu pelo benefício oferecido no local, por considerar importante que as mulheres façam o exame para se precaver de problemas futuros. “Muitas mulheres estão morrendo de câncer de colo de útero, e precisamos fazer esse exame anualmente como prevenção”, disse.
A venezuelana Ana Gonzales, que desde outubro de 2019 se encontra em Manaus, não reside no abrigo, mas constantemente vai ao local dar apoio aos refugiados. Além de fazer o exame, ela aconselhou as demais mulheres a também se submeterem à coleta por entender sua importância para a prevenção da doença, uma das que mais mata no Estado. “Além de receberem benefícios como dormida, alimentação e roupas no abrigo, agora estão recebendo serviço de saúde, o que é importante”, disse Ana, ressaltando que o Amazonas está de parabéns pelo acolhimento dado ao povo de seu país.
A psicóloga do abrigo, Adriane Cavalcante, disse que, posteriormente, essas mulheres vão receber o resultado dos exames de colo uterino que vão ser avaliados pela equipe médica da UBS Ivone Lima. A partir de agora, essa ação vai ser feita periodicamente por conta do fluxo de entrada e saída de venezuelanas no abrigo. “A cada mês será feito um levantamento das mulheres que chegam ao abrigo e se ainda não tiverem feito a coleta anual serão realizadas novas coletas”, frisou Ana, destacando que o Serviço de Pronto Atendimento (SPA) do Coroado tem prestado apoio no atendimento aos venezuelanos.
A venezuelana Rosa Godoy, 45 anos, se cadastrou para uma vaga de serviços gerais. Ele disse que trabalhou em lojas como vendedoras e diarista na Venezuela. Há um ano em Manaus, juntamente com o esposo, atualmente se encontram no abrigo porque não têm dinheiro para pagar aluguel. “Meu marido está realizando pequenos serviços prestados e preciso também trabalhar para mandarmos dinheiro para a nossa família que se encontra na Venezuela passando necessidades financeiras”, mencionou.