Seas qualifica supervisores do programa Criança Feliz


Um total de 56 municípios do Amazonas está participando do curso de Formação para supervisores do Programa Criança Feliz, coordenado pela Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas). Esses municípios aderiram ao programa nos últimos 24 meses e executam as atividades normalmente, realizando o acompanhamento domiciliar para promover o desenvolvimento das crianças na primeira infância. Está é a terceira edição do curso que iniciou na segunda-feira (23/09) e encerrará na sexta-feira (27/09) no auditório do Centro de Convivência Estadual do Idoso (Ceci), situado no bairro de Aparecida, zona sul.

Uma iniciativa do Governo Federal, conduzido pelo Ministério da Cidadania, o Criança Feliz tem como objetivo ampliar a rede de proteção e atenção à criança na primeira infância, considerando sua família e seu contexto de vida. O Programa se desenvolve por meio de visitas domiciliares com a finalidade de promover o desenvolvimento integral das crianças, buscando envolver ações de saúde, educação, assistência social, cultura e direitos humanos.

O perfil das crianças atendidas pelo Programa Criança Feliz é de 0 a 3 anos, oriundos do Bolsa Família; de 0 a 6 anos do Benefício de Prestação Continuada (BPC), gestantes e crianças que estão em medida de proteção, quando são retiradas do lar por conta de maus tratos etc.

O curso está sendo ministrado pela Coordenadoria Estadual do Programa Criança Feliz no Amazonas, via Seas, aos supervisores, profissionais formados por assistentes sociais, psicólogos e pedagogos. A cada seis meses, esses profissionais vêm a Manaus para fazer essa capacitação continuada sobre os conceitos básicos a respeito do programa e a importância do investimento na primeira infância.

 

A coordenadora estadual do programa, Liliam Gomes Melo, disse que a formação estava sendo muito esperada, diante da necessidade dos municípios, representados por essas pessoas que coordenam o programa, serem alimentados de conhecimentos teóricos a respeito de como abordar essas famílias.

“A gente está aproveitando para fazer uma discussão sobre o tema, ouvir sobre as dificuldades enfrentadas pelos supervisores e visitadores que compõem a equipe de referência do programa e as variáveis que esses profissionais enfrentam por conta das peculiaridades de cada município”, disse a coordenadora do Criança Feliz, destacando a necessidade de cada município fazer a caracterização do território.

Conforme Liliam Gomes Melo, é importante os municípios levantem dados sobre o percentual de indígenas e de não indígenas, como se dá essa miscigenação, quais os equipamentos sociais que o território tem, as políticas que tem dentro da rede de proteção social.

 

“A gente precisa entender como estas famílias se organizam; dinâmica familiar a respeito de hábitos alimentares, higiene pessoal e principalmente da educação que é transmitida pelos pais dessas crianças”, sintetizou.

Construindo relações – A assistente social e supervisora do Programa Criança Feliz em Nova Olinda do Norte, Marília Raposo, disse que, por se tratar de um programa novo, o curso é importante para tirar dúvidas por meio da capacitação, que ajuda a melhorar cada vez mais os instrumentos de trabalho e a forma de abordagem às famílias. O município possui 150 usuários cadastrados, sendo 130 crianças e 15 gestantes.

 

“Trabalhamos a criança desde o ventre da mãe, orientando sobre cuidados necessários na gravidez; preparação para a vinda do bebê e como fazer após o parto”, informou.

Segundo a supervisora, no início do programa, houve dificuldades de aceitação, pelo fato do programa não ser de transferência de renda, logo a primeira pergunta dos pais era: “Vai aumentar meu bolsa família?”. Hoje, após um trabalho de visitação, Marília disse que os pais acabaram aceitando e nem querem sair quando chega o prazo de desligamento da criança.

 

“Quando isso acontece, dependendo do graus de vulnerabilidade da família, a gente encaminha para outros programas”, informou.

A supervisora do Programa Criança Feliz em São Gabriel da Cachoeira, Edirlene de Andrade Nascimento, disse que a iniciativa foi implantada há um ano no município, completado neste mês de setembro. Apesar de estar dando os primeiros passos em relação à questão da primeira infância, o programa já atende 147 usuários.

 

“Nosso público é de 150, mas por conta do desligamento de algumas crianças, que se encontram fora do perfil do programa, estamos com o número reduzido, o que deve ser resolvido no próximo brevemente, com novas visitas”, disse.

Na avaliação da supervisora, o programa está sendo considerado uma inovação na política de assistência social do município, por conta de suas características voltadas para a questão da proteção, prevenção e a promoção para as famílias sobre a primeira infância. No tocante às dificuldades enfrentadas, Edirlene Nascimento disse que se faz presente na abordagem às famílias indígenas, por conta da língua, o que dificulta um pouco essa relação.

 
“Na verdade é uma dificuldade mais nossa com eles do que deles com a gente, mas isso está sendo sanado pelo fato de alguns dos nossos visitadores serem indígenas, e isso acaba facilitando”, frisou.